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A ETERNA ATUALIDADE DOS EVANGELHOS

Em dias como esses que estamos vivendo, toda hora é hora de nos lembrarmos de Jesus e de suas lições. A atualidade delas está comprovada nessas belas palavras desse mais novo parceiro do Semear.

Transcorridos vinte séculos desde o advento de Jesus e o anúncio da Boa Nova, que é o Evangelho, e diante das intensas tribulações que flagelam nosso mundo, não são poucos os que buscam encontrar uma nova verdade, uma nova revelação, um novo caminho para a humanidade.

Eis uma busca vã! Pois disse o Cristo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”! (Jo 14:6). E disse também: “Passarão o céu e a terra. Minhas palavras, porém, não passarão” (Mt 24:32).

Ao analisarmos a Cristandade como um todo – aproximadamente um terço da população mundial – é intrigante notarmos como a nossa fé, por vezes, é fraca e vacilante. Talvez seja esse o motivo por que o Cristo indagou, na Parábola do Juiz Iníquo e da Viúva Importuna: “Mas quando o Filho do Homem voltar encontrará a fé sobre a Terra?” (Lc 18:8).

Refletindo sobre nossa vida, não será difícil perceber que, muitas vezes, tendemos a, distraidamente, seguir os anseios comuns do mundo. Nesse sentido, buscamos conforto, facilidades, segurança, lazer e múltiplas distrações. É, como dizemos uma tendência natural ou, se preferirmos, instintiva.

Não há dúvida que é também um objetivo da existência a busca do progresso pessoal, cultural, intelectual, profissional. Sim, isso é certo. No entanto, precisamos encontrar uma medida de equilíbrio, de acordo com as nossas possiblidades, para que a nossa busca por conquistas materiais legítimas não seja um empecilho à nossa ascensão espiritual.

Essa inquirição de natureza individual, quando temos anseios por crescimento espiritual, leva-nos a alinhar, frente a frente, os nossos anseios diante das Verdades proferidas por Jesus. E ao dizermos “nossos anseios” não estamos nos referindo aos nossos anseios platônicos, tal qual uma realidade metafísica ou um sonho distante de iluminação espiritual, mas, sim, estamos nos referindo aos anseios do dia a dia, ou seja, aqueles desejos, intenções, e propósitos que nos movem a cada novo dia.

Com efeito, em um exercício sincero e profundo de autoconhecimento, poderemos encontrar uma série de ações, condutas, ideias, intenções que nutrimos que são diametralmente contrárias ao nosso compromisso espiritual, e, no entanto, muitas vezes, nem percebemos tal contraposição.

Contemplando as palavras do Cristo, encontraremos, com uniformidade e plena constância, o alerta de que o “Reino dos Céus” só será alcançado com muito esforço, sacrifício pessoal, renúncia e amor ao semelhante.

Ora, o “Reino dos Céus, que é uma condição puramente espiritual, e não um local geográfico é indivisível, imensurável e de íntima alegria que, gradativamente, vamos alcançando pela iluminação espiritual, ao exercitamos as lições de Jesus”.

Logo, acreditar que o nosso esforço em nos espiritualizarmos, por meio do estudo e da caridade, manter-nos-iam livres das provações e expiações inerentes ao nosso mundo, seria uma mera ilusão.

O Espiritismo, como Consolador Prometido, vem justamente nos relembrar das lições de Jesus, que foram esquecidas pela humanidade, assim como ensinar novas coisas. Mas quanto aos ensinos morais, toda a Moral do Espiritismo é a Moral do Cristo, como bem ressaltou Allan Kardec.

Esse relembrar é, em especial, a convocação para a pureza e para a simplicidade de coração, para a humildade indispensável ao verdadeiro discípulo, virtudes que moviam as primeiras gerações do Cristianismo, que moveram os apóstolos na abençoada tarefa desenvolvida na Casa do Caminho, onde, não obstante a simplicidade resplendiam as luzes do Alto e o amor fraternal dos “homens do caminho”.

Precisamos notar que, da mesma forma que ao lermos novamente um livro descobrimos coisas que parecem que não estavam lá, também ao relermos as palavras de Jesus e meditarmos, profundamente, sobre seu sentido, encontraremos “novas verdades”. Elas sempre estiveram lá, mas não éramos capazes de percebê-las. Logo, crescimento espiritual é adentrar a novas dimensões da Verdade. É sermos libertos, grilhão a grilhão, de todas as amarras que nos prendem aos valores perecíveis.

Enfim, se novas ideias, filosofias e correntes de pensamento surgem a todo instante, nada nos impede de conhecê-las e estudá-las. Mas, lembremos que todos os sistemas humanos, efêmeros por natureza, sobrepõem-se uns aos outros na linha do tempo, mas o Evangelho – revelação divina – jamais será sobreposto.

Que possa o Evangelho ser a “água viva que jorra para a vida eterna”, reavivando nossa fé, fortalecendo nossa esperança e nos despertando para o Amor!

Reinaldo Gonçalves de Toledo

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