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A DIFÍCIL, MAS DESAFIADORA TAREFA DE AUXILIAR O SER HUMANO A COMPREENDER SEUS MEDOS E INSEGURANÇAS NO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO

O que leva hoje as pessoas cada vez mais  aos consultórios dos psicólogos em busca de auxílio para lidar com a vida?

Porque nos sentimos infelizes e frustrados?

Podemos estar buscando as respostas nos lugares errados. A Irene enfrenta esse desafio diariamente e nos dá umas “dicas” de como lidar com esses sentimentos.

Diariamente convivo com a seguinte reflexão: Por que o ser humano na atualidade se mostra revelando tanta insegurança emocional, com tantas dificuldades para lidar com o sofrimento, buscando fugir da realidade para acobertar seu “eu” interior?

É na atividade do atendimento psicológico que junto com o paciente, posso ouvir  suas queixas, suas alegrias,  e uma nova perspectiva vai se delineando, mudando rumos que até então eram inatingíveis, mas que vão se tornando realidade.

Temos que entender que a insegurança que faz parte da nossa vida tem necessidade de ação .  Nossa mente pensa, nossa vontade almeja, mas o corpo precisa executar.  Toda vez que desejamos alguma coisa, quando aspiramos algo, a necessidade de trabalhar para realizar nossos sonhos gera  sofrimento.

Quem deseja bater um recorde, por exemplo,  vive aflições. São horas intermináveis de exercícios, disciplina rígida, com o intuito de superar as próprias limitações físicas.

Em tudo há inseguranças, em tudo há sofrimento, pois em tudo existe a necessidade de esforço material, de conformidade com o nível evolutivo do mundo em que vivemos.

Existem ainda os sofrimentos causados por nós mesmos. É o resultado originado de nossas intenções, de nossas atitudes, do estado geral da nossa mente e do nosso coração.

Viver é resolver problemas e para cada problema existe uma solução, porque um problema só pode ser verdadeiro se houver solução. Um problema sem solução é um problema falso.  Às vezes preferimos ficar com os problemas falsos para evitar a solução de problemas verdadeiros.

Muitas vezes observamos o paciente vivendo o jogo do passado. O jogo do passado consiste em atribuirmos ao passado a responsabilidade pelo que está nos ocorrendo no presente.  Observamos muitas falas comuns tais como:  se tivesse estudado, se tivesse casado com outra pessoa, se meus pais não fossem como são, se não tivesse tido filhos etc…não observamos as nossas limitações e culpamos os outros pelas nossas falhas.  Este jogo é paralisante, porque selamos a nossa vida com a crença  num destino predeterminado, e com isso, escondemos a nossa  falta de coragem para mudar hoje, o que tem que ser mudado.

A presença do terapeuta neste processo é muito importante não para que ele dite regras, mas saber ouvir, e juntos, paciente e terapeuta, irem modificando estas crenças irracionais das  quais muitos pacientes se utilizam.

Vamos viver  o que está acontecendo hoje, que o momento presente é apenas o fruto de tudo que passou.  Mas em nome da nossa felicidade temos que reaprender que é o presente que cria o passado. Em outras palavras, tudo antes de ser passado teve de ser primeiro presente, tudo o que estamos fazendo agora, daqui a pouco será passado.

Na minha atividade como psicóloga percebo muito estas inseguranças, e uma forma mais otimista de encarar a vida e ser feliz, é viver o momento presente.  O passado tem profundo significado na nossa vida mas  somente como aprendizado, apenas como referência para o nosso presente, e não como determinante da vida que vivemos hoje.  Viver o presente é aceitar que nós somos o que somos e não o que querem que sejamos.

Irene Gaviolle

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