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A IMPORTÂNCIA DOS TRABALHOS DE DESOBSESSÃO

Ainda persiste em alguns espíritas a dúvida sobre a importância das reuniões de desobsessão. Alguns perguntam qual a utilidade de diálogos neste nosso plano? No mundo espiritual esse trabalho não tem mais eficácia? O Norberto nos esclarece.

De O Livro dos Médiuns, no item 237 destacamos o trecho: “Entre os escolhos (transtornos) que apresenta a prática do Espiritismo, cumpre se coloque na primeira linha a obsessão, isto é, o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança.”.

Assim sendo esse domínio pode ser sem desejar o mal do obsidiado, ou o exerce como vingança, decorrente de um ato praticado pelo obsidiado cujo obsessor ainda não perdoou.

Em ambos os casos, o esclarecimento é a melhor ferramenta para cessar esse domínio. Aqui cabe uma observação: se os problemas de desavenças ou vinganças pudessem ser resolvidos somente na espiritualidade, isto é, somente entre os desencarnados, não haveria obsessões, nem os espíritos elevados, trariam, algumas vezes a força, os obsessores para se manifestarem nos trabalhos. Convém lembrar que os espíritos inferiores, fogem dos superiores.

Até antes do surgimento do Espiritismo, mostrando a realidade da comunicação com os mortos, todo aquele que sofresse uma possessão demoníaca, isto é, a influenciação intensa de espíritos, era tratado por processos violentos de exorcismo, chegando até a casos de morte.

No ritual de exorcismo, realizado através de palavras e gestos tentava-se afastar o espírito maligno. Quando isso era conseguido, o espírito se afastava por medo e não pelo esclarecimento, e as vezes retomava o seu propósito de dominar a vítima.

Com o surgimento dos centros espíritas e sabedores desta realidade, ou seja, a necessidade do obsessor de se manifestar através de um médium, e ser esclarecido num diálogo com um encarnado, coube-nos uma responsabilidade maior para colaborarmos nesse processo de reconciliação.

Desta forma, podemos ajudar, quer seja como médiuns psicofônicos (de incorporação) como intérpretes do obsessor, ou como dialogadores, através da fala fraterna e esclarecedora induzindo o obsessor ao arrependimento. A nossa linguagem se aproxima mais à do obsessor, do que a emissão da onda pensamento de um espírito elevado, que ele nem sempre já está apto a entender.

Não nos esqueçamos de que, o obsidiado, também, tem papel fundamental no processo de reconciliação, pois ao participar das sessões de passes vai ter o restabelecimento de suas energias e, pelas palestras com conteúdos evangélicos, ao receber novos dados de realidade, sobre a importância do perdão e os benefícios da prática do bem, vai gradativamente mudando a sua forma de pensar (reforma íntima), e passa a sintonizar a faixa de pensamento dos bons espíritos, se desligando dos espíritos inferiores.

E agora, o que fazer diante de tudo isso?

Como espíritas, muitos de nós, temos uma ferramenta valiosíssima; a experiência de termos passado por situações de obsessão e pela ajuda dos trabalhadores do centro que nos acolheu; hoje estamos melhores.

Mas basta ser espírita teórico, ou seja, ter lido alguns livros espíritas, assistir palestras, tomar passe, contribuir com donativos para os serviços de assistência social do centro?

Será que não está na hora de nos engajarmos nas atividades espirituais do centro, para podermos atuar de forma mais efetiva nos trabalhos de desobsessão, onde teremos a oportunidade de auxiliar um espírito ainda preso aos pensamentos de revolta e de vingança?

A nossa participação nesta reconciliação, certamente, colaborará para o engrandecimento moral do obsessor e obsidiado.

Para que sejamos colaboradores práticos, o caminho natural é fazer um curso regular de espiritismo, onde aprenderemos: o desenvolvimento e controle da mediunidade, a dar passes, a ser expositor ou facilitador, palestrante, enfim sermos representantes atuantes do espiritismo.

Então mãos a obra!

Se você for um dirigente, amplie os trabalhos de desobsessão no seu centro, treinando os alunos do desenvolvimento mediúnico para trabalharem nos novos trabalhos que você pode criar; e para você que é iniciante, engaje-se o mais rápido nesta proposta de ser útil praticando, conscientemente, a mediunidade, uma das faculdades do espírito.

Norberto Gaviolle

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