JOÃO DE QUEM?

Os últimos acontecimentos envolvendo acusações ao médium João de Deus nos levam a uma reflexão sobre o exercício da mediunidade, o comportamento moral do médium e a fé cega.

Com relação ao exercício da mediunidade, lembramos que a mediunidade é uma das faculdades do espírito, todos a temos, encarnados ou não.

É através da mediunidade, que entramos em contato com outros espíritos, quer seja por telepatia, sonhos, intuição e inspiração; por isso todos somos médiuns.

Há determinados indivíduos, que tem a mediunidade mais desenvolvida e se comunicam mais facilmente, podendo também ver, ouvir, falar, escrever ou agir seguindo a orientação de outros espíritos.

Há, também, poucos indivíduos, que além dessa mediunidade desenvolvida, possuem a capacidade de realizar fenômenos de efeitos físicos como materializações e as curas espirituais.

Os que realizam curas são mais raros e mais procurados por pessoas que querem se curar e, consequentemente, o curador é assistido por espíritos responsáveis pelos processos de curas. E, quanto mais elevados forem esses espíritos, menos eles interferem no nosso livre arbítrio.

Dois médiuns curadores aqui se destacaram: Zé Arigó e João de Deus, cada um cumprindo a sua missão à sua maneira. O Zé sempre atendeu publicamente, e o João, segundo relatos, fazia alguns atendimentos em particular.

Quanto ao comportamento moral do médium, vale lembrar que não guarda relação direta com as aptidões mediúnicas, assim sendo, podemos ter bons médiuns de cura, com baixo desenvolvimento moral.

Lembramos que todos que aqui vivem tem uma missão a executar e, como somos diuturnamente postos à prova, acertamos algumas vezes e erramos em outras.

Ser médium missionário não é privilégio, mas sim, grande responsabilidade assumida.

Em se tratando de fé cega, vimos ao longo da história, grandes lances de atrocidades cometidas, uns como algozes, outros como vítimas.

No caso das vítimas, elas inseridas na Lei da Adoração, e depositando sua fé, naquele que lhe proporcionou um alívio, se submetem a essas atrocidades, por terem a fé cega, ou seja, acreditam que um fato, mesmo violento, faz parte do processo.

Sabemos, também, que toda transgressão à Lei deverá ser corrigida, ou pela lei dos homens ou pela Lei Divina ou Natural, pois Jesus nos alertou que, não sairemos daqui se não pagarmos o último ceitil.

Assim sendo, cabe à nós desejar que todos os médiuns missionários possam atender aos necessitados, esquecendo aos seus interesses pessoais.

Que todos possamos passar pelas provas, sem cair em tentações, cumprindo as Leis Morais, e termos compaixão para com aqueles que fracassam.

E ficarmos sempre atentos, vigiando e orando, para não sermos vítimas das nossas próprias incertezas

NORBERTO GAVIOLLE

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