NO MEIO DO CAMINHO

As situações que vivemos diariamente são reflexos de nossas escolhas. Cabe sempre a nós saber como seremos impactados por elas e  como isso ajuda na nossa transformação.

Sempre gostei da Parábola do Filho Pródigo, aquela em que o irmão meio desestruturado, ao receber sua parte na herança, sai de casa, torra tudo e volta sem um tostão. Muito, por empatia em relação ao espírito imperfeito que se arrepende e que reflete um pouco das cabeçadas que todos nós já demos por aí.

Confesso que nunca senti muita simpatia pelo irmão que fica em casa, o “certinho” que, em verdade, condenava os sentimentos generosos do Pai pelo filho “ingrato”. O primeiro, falsamente bom, julgava-se certo o tempo todo e, de certo modo, cobrava do pai o reconhecimento por ter permanecido em casa. Mas, na verdade, dava mostras de insegurança e de imaturidade espiritual por não ser capaz de se alegrar com a felicidade paterna, em decorrência com o retorno do irmão. Quantos de nós também somos assim: valorizamos nossas pretensas virtudes e nos julgamos melhores do que os outros (#sqn)

É uma dessas histórias simples e ricas, que nos mostram a imensa bondade de Deus, que sempre nos recebe de braços abertos, por mais que desperdicemos os dons recebidos. É uma história de amor e de esperança para todos nós.

Nossos mentores e espiritualidade superior também se alegram com as nossas boas escolhas porque não querem nos ver sofrer. Ao contrário! Todos torcem por cada um de nós! Torcem a despeito de nossas fragilidades, aceitando nos socorrer e apoiar exatamente por causa delas. E, no momento em que nos dispomos a imprimir mudanças no nosso comportamento e a corrigir as nossas imperfeições (de verdade), se alegram e nos estimulam a perseguir nessa trilha.

Ah! Mas e os obsessores?

Esses caras também ajudam porque são o nosso campo de testes.  Sem eles não saberíamos o quanto estamos realmente comprometidos com o bem e quão forte é a nossa determinação em seguir adiante!

O que temos que ter certeza é de que, bem ou mal influenciados, as escolhas são sempre nossas. Nós é que escolhemos com quem sintonizamos o nosso rádio mental. Colocar a “culpa” nos obsessores é reflexo de imaturidade e diz mais sobre a nossa sintonia e mais de nós mesmos do que dos adversários. Quando responsabilizamos o outro, estamos mostrando o quanto ainda somos fracos em relação ao controle das nossas emoções e à compreensão dos nossos sentimentos.

Em verdade, somos influenciados o tempo inteiro, não só pela espiritualidade desencarnada, mas pelas mensagens de WhatsApp, pelo noticiário, pelas fofocas. O que importa não é o que nos chega, mas o que retemos dessas influências e, principalmente, o que reproduzimos disso tudo, fazendo ecoar o bem ou o desequilíbrio. As escolhas são sempre nossas e não adianta se desculpar dizendo que “foi o fulaninho que me mandou”.

Mas, voltando ao caminho e à parábola, lembremo-nos de um ponto que passa despercebido a muita gente: Na alegria de perceber que o filho volta à casa, o Pai sequer espera que ele chegue e vai encontrá-lo.

Assim também é conosco! No momento em que escolhemos mudar, Deus não espera que cheguemos à casa, mas vem nos encontrar no meio do caminho!

GLAUCIA SAVIN

Facebooktwitterlinkedinmail