Muito se tem falado sobre essa questão. O que fazer quando os filhos “voam” e nos encontramos sem o principal objetivo que achávamos ter na vida. Aqui Irene nos fala em poucas palavras de como superar.
Descrevo abaixo um relato de caso que tem por objetivo aprofundar a questão da Síndrome do Ninho Vazio, tão comum em nossos dias:
June uma mulher ativa, canalizou todas as suas energias emocionais e muito de sua energia física para a família. Como motorista, cozinheira, enfermeira e conselheira de seus quatro filhos. Tinha os seus dias ocupados com aulas de balé, de música, de jogos de futebol, festas de crianças e reuniões de pais e alunos. Casada com um alto executivo cuja maior parte do tempo era passada em viagens de negócios, era praticamente sua a responsabilidade pelas crianças. Quando pensa naquele tempo ela admite que uma das coisas que ainda tinha em comum com o marido eram as crianças.
À medida que cada um dos filhos saía de casa para ir para a Universidade ou para casar, ela passava por um breve período de desalento. Porém, logo se recuperava para atender às necessidades dos filhos que restavam na casa. Quando o último filho partiu June se sentiu como se uma parte de sua vida tivesse sido retirada de si. Ela ficou profundamente deprimida, sem saber o que fazer com o seu tempo livre. Começou a exigir muito do marido que não gostava daquela situação. Nada parecia animá-la, e, dentro de um ano foi diagnosticada com câncer no seio com metástases nos ossos.
June fora uma boa mãe. Quando se viu sozinha descobriu que passara a vida toda cuidando dos outros ao invés de satisfazer as suas próprias necessidades.
O que observamos neste relato é que à medida que os filhos crescem, deixam o ninho para conquistar sua independência e seguir seu rumo enquanto espíritos em evolução. Mesmo que seja algo natural da vida, é difícil para os pais observarem a casa vazia, só restando o casal.
Quando o ninho fica vazio, existe ainda a tendência de que os problemas adormecidos do casal fiquem mais evidentes, como no caso de June. O casal precisa estar preparado para este momento, pois o relacionamento pode se complicar e até mesmo chegar ao fim.
Já para mulheres que são viúvas ou separadas, a Síndrome do Ninho Vazio pode ser ainda mais grave, devido ao sentimento de solidão. Surge a sensação de perda, não somente em relação aos filhos, mas também nas tarefas do dia a dia. Os dias passam a ficar mais vagos e sem objetivo.
Mas… Como superar a Síndrome do Ninho Vazio?
Tente ver a situação de uma nova perspectiva.
O tempo que você se dedicava a cuidar dos filhos pode ser utilizado para que você se dedique a você mesma e invista em seus novos projetos.
Busque realizar atividades que te deem prazer. Faça uma lista delas e se prepare para começar a realizá-las.
Cuide mais de você mesma, agora que você tem mais tempo. Estude, viaje relaxe, buscando se conhecer melhor. Ocupe a sua mente, tenha uma vida social, amigas, amigos. Cuide de sua saúde física. Enfim, procure se ligar com a espiritualidade.
Quanto ao casal, que procure estabelecer um diálogo sobre os pontos em que possam estar estremecidos e estabeleçam um novo início na relação.
Atividades compartilhadas entre o casal favorecem para que ambos se tornem mais ativos e percebam que a vida vale a pena de ser vivida.
Irene Wenzel Gaviolle
Muito oportuna a reflexão. Penso que Mulheres que trabalham fora de casa, suportam melhor essa dificuldade em relação às mudanças naturais na vida familiar, porém abordagem feita foi perfeita e nos convida a nos preparar para esse momento tão delicado. Obrigado