A CULPA É DO OUTRO

Desde cedo e porque não de outras vidas, gostamos ou nos habituamos a transferir a responsabilidade pelos nossos erros. Se perguntarmos a cada um dos leitores, a maioria certamente irá concordar e responder: Sim, mas a culpa não é nossa!

Herdamos essa tendência do nosso primeiro ancestral, Adão. Ele é o culpado!

Por quê? Foi Adão o primeiro a se desculpar com Deus, colocando a culpa na mulher: “ Foi Eva, quem me deste por companheira, que me deu o fruto da árvore proibida e eu comi”. Ele não se responsabiliza por ter comido o fruto e ,muito menos, pela escolha da mulher que tem por companheira. Ele não tem culpa de nada!

Eva, por sua vez, afirma que a culpa é da serpente, que a teria induzido a comer o fruto e a compartilhá-lo com o marido. E o que fez o Senhor? Expulsou ambos do “paraíso”. E a serpente? Por que não foi expulsa também? A serpente foi a única que não se pronunciou e não buscou transferir a culpa a alguém.

Somos ágeis em inventar desculpas para nós mesmos e julgar com dois padrões, sendo um para nós (bastante complacente e benéfico) e com outra régua para o outro. Vamos dar um exemplo: a arbitragem sempre favorece o time adversário (o nosso time sempre joga bem); o aprovado no concurso em que eu não passei teve proteção (não, ele não era melhor ou mais bem preparado); eu não tenho sorte (não é que eu não tenha me esforçado, entende?).Agindo desta maneira, ficamos na chamada “zona de conforto”.

Não melhoro e só enxergo os deslizes dos outros. Fica fácil.

Só que aí mora o perigo! Não reconhecemos que não nos esforçamos o suficiente; que há times melhores do que o nosso; que “sorte” é uma combinação entre oportunidade e esforço.Assim ficamos “felizes” em transferir nossas responsabilidades. O que acontece é que os outros crescem, porque enfrentam os desafios com disciplina e coragem, e nós ficamos estacionados ou, pior, ficamos para trás reforçando esse ciclo negativo com o nosso comportamento cego.

Será que achamos que ninguém está percebendo? E então? Até quando vamos continuar a condenando a serpente, absolvendo Adão e Eva?

NORMINHA CORDEIRO

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